Opaaa! E ai viajantes, tudo bem com vocês?
A partir de hoje, daremos início a uma série de postagens sobre Jericoacoara, começando pela trajetória da vila, de seus primeiros relatos históricos ao “boom” turístico atual.
Os primeiros registros de Jericoacoara foram descritos nas cartas geográficas do século XVII, por volta do ano de 1614, quando ainda era uma aldeia indígena e foi palco da batalha em que franceses foram derrotados por portugueses e indígenas.
A partir deste momento, surgiu o Forte de Nossa Senhora do Rosário, onde hoje se encontra a vila de Jericoacoara.
Não existe uma unanimidade para origem do nome de Jericoacoara. Na verdade, há duas principais versões, uma que na época do Brasil colonial o local se chamava Buraco das Tartarugas (lura coacuara, em tupi-guarani), local onde acontecia a desova de tartarugas marinhas.
A outra que significa “jacaré quarando ao sol”, em alusão ao formato assemelhado da Pedra Furada a um jacaré deitado.
O ano era 1987, quando o jornal The Washington Post, em uma emblemática matéria intitulada THE BEAUTY AND THE BEACH, que traduzindo significa A Beleza e a Praia, chamou atenção do mundo para uma pequena e, até então, desconhecida vila de pescadores do interior do Ceará.
Na matéria, um turista americano em um ônibus com destino a essa vila, indagado sobre o que o levaria àquele lugar, respondeu que procurava pela praia mais linda do Brasil. Uaauu! \o/
A vila de pescadores em questão era Jericoacoara, que na oportunidade foi definida como “uma praia onde a eletricidade e os hotéis ainda não haviam chegado”.
Por muitos anos, Jeri viveu sem energia elétrica. A iluminação era a base de lamparinas e alguns poucos geradores, e a conservação dos alimentos à base de sal, fatores que, aliados ao difícil acesso à vila, inibiram por muito tempo o desenvolvimento do turismo na região.
Não foram tempos fáceis. Porém, no ano de 1998, as coisas começaram a mudar por ali, pois, até que enfim, a eletricidade chegou à vila.
Quase 20 anos depois, em 2017, foi inaugurado o Aeroporto Regional de Cruz, facilitando o acesso de turistas do mundo inteiro à Jeri. E, neste mesmo ano, também foi instituída uma Taxa de Turismo sustentável para visitantes.
Com o passar do tempo, a vila foi se desenvolvendo e o interesse turístico em constante ascensão fez surgir a necessidade de uma melhor estrutura para receber seus visitantes.
As casas dos moradores, que antes serviam como hospedagem para os primeiros aventureiros interessados em conhecer à vila, foram, aos poucos, dando lugar a uma grande quantidade de hotéis e pousadas que foram se instalando na região, acompanhados de restaurantes, agências de passeios, mercados, transformando a pequena vila em um dos destinos brasileiros mais desejados.
Por ser uma região com um patrimônio natural riquíssimo (praias, lagoas, manguezais, dunas, formações rochosas) e por ser o turismo a principal fonte de renda da região, surgiu a necessidade de uma maior preservação dessa área.
Então, no ano de 1984, Jericoacoara foi transformada em uma APA – Área de Proteção Ambiental, sendo posteriormente, no ano de 2002, recategorizada para Parque Nacional, visando, assim, uma maior proteção dos ecossistemas da região e de seus recursos naturais, o que consequentemente acarretou um turismo mais sustentável.
Os anos se passaram, Jericoacoara foi se desenvolvendo, como é natural, mas isso não significa que tenha perdido sua originalidade e encanto.
A vila é um destino bastante peculiar. Lá não tem lugar para asfalto e semáforos. E, trânsito, somente de moradores e visitantes, que se cruzam a pé no vai e vem pelas suas ruas e becos de areia, que trazem um tom rústico e charmoso à vila, pois, é proibido o tráfego de carros particulares, devendo estes ficar estacionados no estacionamento na entrada da vila.
Por lá, também não existem postes de iluminação pública, afinal a rede de energia elétrica é toda subterrânea, o que faz com que não se tenha aquela poluição visual de fios, que nem combinam com o cenário.
Como assim? Isso mesmo! A iluminação da vila é basicamente da luz das estrelas, da lua e dos estabelecimentos locais.
Antes de viajar para a vila, é importante tomar nota de algumas informações importantes sobre sua infraestrutura de serviços básicos adquiridos ao longo dos anos.
Em Jeri, não existe hospital, porém a vila conta com uma Unidade de Pronto Atendimento – UPA, do tipo I, que funciona 24 horas, todos os dias da semana, com 9 leitos, 2 médicos por plantão e capacidade para realizar até 150 atendimentos por dia, onde também podem ser feitos exames de raio-x, eletrocardiograma e exames laboratoriais, além de realizar atendimentos nos casos de pressão alta, febre, cortes, queimaduras, alguns traumas e receber o primeiro atendimento para infarto ou Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Entretanto, se o problema não puder ser resolvido na UPA, os médicos prestam os primeiros socorros, controlando o problema e detalhando o diagnóstico, e encaminham o paciente ao hospital do município de Sobral, o mais próximo de Jeri, distante aproximadamente umas 3 horas de carro.
Na vila, também não possui agência bancária ou caixa eletrônico, embora a maioria dos estabelecimentos aceitem cartões de débito e crédito.
Então, para evitar imprevistos e, até para garantir alguns descontos, é bom sempre ter em mãos dinheiro em espécie. E, caso você precise sacar dinheiro, aproveite para fazer isso antes de chegar à vila, ainda no centro de Jijoca, município do qual Jericoacoara faz parte.
A vila também conta com uma agência dos Correios, algumas farmácias, um dentista e mercados de pequeno e médio porte. Em 2020, foi instalada uma unidade das Lojas Americanas, próxima a rua do Forró.
Jericoacoara é um lugar de essência simples e o simples é fascinante.
É aquele tipo de lugar que você ao chegar só pede para o tempo não passar, para viver e experimentar as suas boas vibrações da maneira mais intensa possível.
Apesar das constantes mudanças e intervenções que tem acontecido em Jeri nos últimos 30 anos, a vila não deixa de encantar seus visitantes, pois nunca perdeu sua identidade. Além disso, seu ar pacato e rústico ainda são bem presentes nos dias de hoje.
Cenas cotidianas de pescadores se lançando ao mar em suas jangadas retornando com o pescado, artesãs garantindo o sustento de suas famílias com suas habilidades, que se perpetuam por gerações, se contrapõem e, ao mesmo tempo, se complementam aos novos hábitos trazidos à vila pelos mais de 500 mil visitantes por ano, nacionais e estrangeiros, tornando Jeri um lugar singular, multicultural, diverso e de energia única.
Acesse nossos outros posts sobre Jeri: como emitir a taxa de turismo, como chegar, o que fazer (passeio lado leste e lado oeste), quantos dias ficar, onde se hospedar, onde comer e muito mais!!
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Até logo…